quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Comentário ao texto de Steve Johnson “Tudo o que é mau faz bem”


O autor inicia o seu texto abordando a temática da cultura de massas, fazendo referência à ideia preconcebida de que este tipo de cultura se encontra em declínio acentuado contribuindo para a iliteracia – tendência designada por curva de sleeper.


No entanto, Steve Johnson não partilha desta visão, acreditando que o cenário tem contrariamente, pouco de negativo. Este ressalva para a necessidade de criar novos instrumentos para que se possa compreender todo o global da situação. Partindo da tese de McLuhan de que os meios são uma "extensão do corpo" compreende-se que a visão de Johnson está correcta ao defender a criação dos chamado novo barómetro – análise do passado para compreender o presente e prever o futuro. Não nos podemos esquecer da importância das competências cognitivas na formação do indivíduo. Em jeito de exemplo, basta olhar para o nosso quotidiano e observar o interesse dos jovens pelos jogos de computador. Se lhes for retirado este hobbie ficaram desniveladas em comparação com as de outros jovens.


Contrariamente ao senso comum, a televisão e o computador são “um alimento para o espirito” que torna uma cultura “intelectualmente mais exigente e não menos”. Relacionando com a frase de MclLuhan de que “o meio é a mensagem” podemos tomar como exemplo imediato o computador, que funciona como “o meio” e nós indivíduos como “a mensagem” influenciada pela conteúdo transmitido por esse meio. Daí que o aparecimento da televisão, e mais recentemente do computador tenha conduzido a alterações significativas nas capacidades cognitivas dos indivíduos em geral. Para finalizar recordamos que para McLuhan: “O meio é a mensagem porque é o meio que modela e controla a escala e forma das associações e trabalho humanos (MCLUHAN, 1996:30) .


Na secção que aborda o tema “Jogos” Steven Johnson exorta para as vantagens destes, referindo que são importantes para o desenvolvimento humano, comparando-os com os livros. Numa sociedade cada vez mais globalizada os jogos e a realidade virtual que lhes é inerente, tem obviamente consequências na sociedade. Entendemos assim que “as tecnologias não são boas, nem más mas também não são neutras” Kranzberg, Leis da Tecnologia. O que pode ser encarado como positivo ou negativo, são as interpretações que cada indivíduo faz da tecnologia. Daí que segundo o autor, tanto os livros como os jogos têm as suas próprias vantagens e desvantagens. Se por um lado os livros desenvolvem a nossa capacidade em termos de imaginação, por outro os jogos têm repercussões na capacidade / velocidade de raciocínio.


Referência Bibliográfica:

McLUHAN, Marshall - Comprender los medios de comunicación: Las extensiones del ser humano. Barcelona, Piados, 1996.