quarta-feira, 7 de novembro de 2007

The Final Cut

Durante a última aula da Comunicação Digital assistimos ao filme “The Final Cut” de Omar Naïm, sobre o qual nos foi proposta uma reflexão crítica, sobre as suas principais temáticas.
Primeiramente iremos resumir embora de forma bastante sucinta, qual a ideia global do filme. Posteriormente, passaremos ao tratamento das perguntas colocadas em aula.
Este filme gira em torno da ideia de num futuro não muito distante ser possível fazer uma “gestão de memórias”, ou seja, através de um microship implantado no cérebro aquando crianças, passa a ser possível gravar todas as vivências. É possível, após o falecimento do indivíduo, extraírem dispositivos a fim de seleccionar as memórias, reunindo-as num filme, prestando desta forma homenagem ao falecido. A pessoa encarregue da edição do filme tem a capacidade de seleccionar os bons dos maus actos praticados, transformando as suas vidas, em algo de imaculadas. Isto acaba por trazer um grande desconforto e indignação no seio da comunidade/sociedade amplamente dividida sobre, será exequível continuar com a implantação de tal tecnologia.

1 - Reflexão sobre impacto de tecnologias individuais a nível social.

Cada vez mais se assiste a uma maior individualização da sociedade, embora se defenda que todos vivemos num “Aldeia Global” e que partilhamos uma cultura muito semelhante. Como exemplos de tecnologias individuais, temos o telemóvel, o Personal Computer, e mais recentemente a Internet ou os leitores de MP3. Todos estes dispositivos permitem ao utilizador, uma cada vez maior interactividade permitindo no final, criar um produto que embora igual aos demais produzidos em série, está na verdade totalmente configurado segundo as preferências dos seus utilizadores que os “moldam” e individualizam para que se tornem quase como uma extensão do seu próprio corpo, e como tal, extremamente pessoal e intransmissível. Reflectindo um pouco, através de um telemóvel computador ou leitor de música, conseguimos saber mais sobre os gostos e preferências de determinada pessoa, do que se a abordando e questionando.


2 - Evolução dos conceitos de memória e privacidade.

Se observarmos o nosso quotidiano, verificamos que a nossa memória é manipulada e construída pelos editores dos “media”. Tomemos como exemplo, o caso do falecimento da Princesa Diana. Todos temos uma memória bastante nítida da falecida princesa, embora nunca tenhamos privado pessoalmente com. Como tal, podemos concluir que todas as nossas memórias resultam, pelo menos em parte, de uma pré-selecção feita por alguém que presumivelmente conhece os nossos gostos e que sabe de certo modo, aquilo que queremos saber, ver e ouvir.

Se analisarmos o filme visionado, o editor responsável pela montagem do filme do/a falecido/a, tem acesso ilimitado a todas as memórias vividas pelo indivíduo, acabando por ser o único a conhece-lo plenamente, e tendo o poder de manipular as imagens que serão colocadas no filme final “re-memória”. Para alguns, isso é considerado uma extrema violação da privacidade do ser humano, “Sob a censura da tecla ‘delete’, a vida de cada um transforma-se numa versão politicamente correcta”, e não numa amostragem do real. Na verdade diariamente o nosso direito à privacidade, é colocado no limite, em troca de um segurança invisível, na rua, no metro, no autocarro, em qualquer lugar existe uma câmara a filmarmo-nos a “olhar” a “controlar” os nossos movimentos, a única diferença em relação ao filme, é que essas imagens ainda não são compiladas, pois se fosse feito muitas das nossas actividades diárias estariam lá presentes. Para alguns esta é uma visão assustadora a de um “Big Brother”, como o descrito no livro "1884" de George Orwell, em uma constante vigilância 24 sobre 24 horas, 365 dias ao ano. No entanto comportamo-nos como se nada fosse, as câmaras passam tão despercebidas, como, no fundo os implantes colocados no cérebro, ambos desempenham um papel idêntico, embora por razões ambíguas. Em Londres, por exemplo, são os computadores que através dos seus softwares e auxiliados pelo “olhar” de milhares de câmaras, vigiam e comparam milhares de caras por segundo identificando, no meio da multidão anónima, um terrorista um, que se destaca. Embora ajuda imprescindível as forças da lei também estas são falíveis e como o homem também a sua memória “visual” pode falhar.


3 -Questões de adopção vs rejeição de novas tecnologias e de inclusão vs exclusão.

Desde sempre as “novas tecnologias” foram encaradas com desconfiança, principalmente pelas gerações mais velhas e tradicionais, sentindo-se ameaças e até feridas por estas. As ideias de Adopção/rejeição, inclusão/ exclusão, têm sido amplamente debatidas em praça pública, por conhecidos psicólogos e sociólogos, que apresentam as mais curiosas e talvez hilariantes formas de lidar-mos com as “novas tecnologias”, como se de “monstros” que ameaçam a integridade do lar, se tratassem.
Somos, da opinião que a tecnologia por si, nada tem de bom ou mesmo de mau, é a mente humana e a suas infinitas ideias sobres como tirar o pleno proveito destas, pode por ventura constituir um risco.


Existem algumas faixas etárias, nomeadamente os adolescentes, período de extrema importância para a formação do jovem enquanto indivíduo responsável, que estas tecnologias podem influenciar a sua maneira de ser ou agir. Socialmente cada indivíduo, tende a juntar-se a um grupo/ comunidade, para que seja aceite é necessário corresponder e respeitar determinados padrões standard, muitos desses padrões passam na actualidade pela valorização do material e não infelizmente dos valores de cada um. Assim na sociedade actual, um indivíduo, que por exemplo não tenha telemóvel está como que “automaticamente” excluído da sociedade, tratado com um outsider, um estranho, rejeito, não por aquilo que é mas por aquilo que não quer ou não pode ter.
Em relação, à forma como reagimos perante as “novas tecnologias”, cada um reage com um estímulo próprio e muito individual, o que o leva, inicialmente a adoptar ou rejeitar determinada tecnologia, mas é na verdade a sociedade, que toma esse tipo de decisões por ele. Tomando novamente como exemplo o telemóvel, o nosso mundo não “acaba” sem essa tecnologia bastante recente, mas pensar em rejeita-lo por completo é algo de extrema violência para a maioria das pessoas como demonstra por exemplo um estudo já citado em aula. É criada em relação a uma tecnologia uma relação de dependência adoptamos, quase como um “amigo”, mais uma vez foi anteriormente inflacionados pela sociedade, porque se pensarmos, à trinta anos atrás, não existiam telefones móveis, mas a sociedade vivia em plena tranquilidade e harmonia. Em conclusão apesar das imensas discussões sobre a melhor forma de abordar as “novas tecnologias” ora rejeitando-as ora adoptando-as, não existe de facto uma “fórmula”, uma verdade absoluta, cabe ao fim ao cabo ao indivíduo aferir tal questão. Para muitos os recentes fenómenos de adolescentes em fúria, que invadem as suas escolas de pistolas em punho e assassinado todos os que se atravessam a sua frente, constitui uma consequência directa das tecnologias, e do chamado “isolamento acompanhado”. Mas mais uma vez não existem certezas, o mais recente caso na Finlândia, no qual um jovem entrou armado e feriu mortalmente vários colegas e professoras, é disso exemplo, este era um jovem igual a tantos outros, com amigos e um ambiente familiar estável, qual a razão do seu ódio e idolatrar de figuras como Hitler ou Estaline? Terão as tecnologias tido um papel, embora indirecto nos seus actos, ou terá reagido por simples impulso, ninguém, ninguém talvez nunca o irá saber.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Leila Navarro - O Furação Brasileiro arrasa Católica

No passado dia 24 de Outubro, realizou-se na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, uma conferência subordinada ao tema “Empreendedorismo e Emprego”, apresentado pela sempre animada e imprevisível Leila Navarro. Num estilo descontraído esta “palestrante” definiu os objectivos e alternativas para a uma melhor vivência profissional e quotidiana.


Através de jogos e exemplos da sua própria vida, Leila, alertou a plateia para algumas temáticas sobre as quais, normalmente não reflectimos. De forma efusiva Leila, definiu a forma como na actual sociedade, o profissional ou futuro profissional se deve comportar. Na sua visão, quem age igual a todos os outros está condenado ao fracasso, devemos arriscar e não ter medo de falhar, pois contrariamente ao “errar é humano”, na sua óptica o indivíduo deve acreditar na máxima “acertar é humano”.


Outro ponto focado foi que não temos que ser ricos, materialmente, mas em sonhos. Devemos estar munidos de ter coragem, ambição e objectivos de vida para alcançarmos o sucesso. O presente deve ser a nossa prioridade, mas nunca esquecendo as consequências que poderá ter num futuro próximo, pois se assim não o for, não seremos mais que autómatos, iguais entre os outros e pobres de espirito.


A crise deve criar/propiciar uma oportunidade, não cabe ao ser humano ficar fechado sobre si próprio deve ter vontade de mudar, nas suas palavras “(...)querer é fazer”. Não devemos tentar encontrar desculpas para nos acalmar o ego, devemos ocupar o tempo, preenchendo as lacunas da nossa vida pois o problema de ser ou não feliz reside nas atitudes. “A vida é um mar de oportunidades”, temos que as “agarrar”, “navegar” e aceitar os correr riscos, caso contrário, a nossa vida não será mais que um livro em branco.


Globalmente, foi um final de tarde bem passado na companhia de Leila Navarro que deixou uma plateia boquiaberta com a sua performance bastante “explosiva” e até tocante. É de salientar ainda a forma interactiva como lidou com a plateia, utilizando jogos e anedotas que deixaram o público a reflectir na importância de agir em comunidade, no sentimento de entre ajuda. As palavras de ordem são: Auto-estima, Auto-confiança, Auto- conhecimento!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O maior evento multimédia de sempre

Iniciativa Numa era em que os direitos dos cidadãos são cada vez mais postos em causa pelas medidas de segurança decorrentes da ameaça terrorista, numa altura em que o desencanto com os políticos faz alastrar o desinteresse pela cidadania, quando os movimentos totalitários vão conquistando simpatias em actos eleitorais democráticos, impõem-se o debate. A democracia está longe de ser um dado adquirido. Bem pelo contrário, é algo que se constrói diariamente.

Por isso mesmo os jornais METRO de todo o mundo aderiram à iniciativa “why democracy?” , no que constituí o maior evento multimédia de sempre sobre um tema da actualidade. Na televisão, na rádio, on-line e em todos os MEMBRO – que se publicam em 100 das principais cidades de 21 países da Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia – esta discussão à escala global alcança mais de 300 milhões de pessoas, em cerca de duas centenas de países.
Promovido pela estação Britânica BBC o “why democracy?” tem como ponto de partida a exibição de dez documentários realizados por cineastas de todo o mundo, os quais abordam temas que vão desde os métodos de tortura dos Estados Unidos até à eleição de um monitor de turma numa escola primária da China, passando pelos casos dos “cartoons” dinamarqueses que provocaram a ira da comunidade muçulmana.

Além destes filmes, que a BBC começou já a transmitir, a iniciativa passa igualmente pela criação de outros pequenos 20 filmes, subordinado ao tema “ O que é que a democracia significa para mim?”, cuja exibição será predominantemente feita on-line. Ao mesmo tempo, mais de 40 cadeias de televisão em todo o mundo estão a promover o debate, numa estreita ligação com a iniciativa global. A discussão está também a decorrer on-line, quer no site
http://www.whydemocracy.net/., quer no conhecido Myspace.com, onde alguns destes pequenos filmes foram estreados.

O METRO associa-se ao evento como jornal oficial, publicado, ao longo dos próximas semanas, o testemunho de pessoas conhecidas, políticos ou não, sobre a democracia. Ao todo são dez perguntas, iguais em todas as edições do METRO de todo o mundo. Evo Morales e Pelé encontram-se entre os que já responderam a este desafio.

BBC
METRO
Segunda-Feira 22 de Outubro de 207

domingo, 21 de outubro de 2007

A Nossa Comunidade - Alerta Ambiental


Queremos aproveitar o blog para publicitar a nossa comunidade que se intitula “Alerta Ambiental” (link: http://www.communityzero.com/alertaambiental). Esta comunidade teve a sua génese nas aulas de Comunicação Digital, do curso de Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica Portuguesa.Passaremos então a explicar em que consiste a nossa comunidade. O título foi escolhido com base nos interesses dos membros do grupo, ambos gostamos de assuntos relacionados com o ambiente. Temos por hábito ler a revista “National Geographic” que aborda com frequência temáticas de cariz ambiental que de certo modo nos têm alertado e aguçado a nossa curiosidade.

O que se pode encontrar na nossa Comunidade?

Neste momento a nossa comunidade conta com 48 membros, e com a participação activa de alguns. A comunidade é formada por áreas distintas: Ideias Verdes, Fórum, Galeria de fotos, Ficheiros de Interesse e Links. Em Ideias Verdes pode-se encontrar notícias da actualidade que abordam questões ambientais, curiosidades relacionadas com a temática, desastres naturais e ainda artigos sobre habitats em risco; no Fórum os membros podem activamente debater questões colocadas por nós – fundadores da comunidade – ou podem ainda debater os artigos colocados em Ideias Verdes, na Galeria de Fotos podem ser visionadas variadas fotos que abordam os vários tipos de poluição, tipos de automóveis amigos do ambiente, e exemplos de desastres ambientais, os membros podem também comentar as fotos; optámos por colocar mais duas divisões – Ficheiros de Interesse e Links – para que os membros tenham acesso a material extra relacionado com a temática ambiental, quer no que toca a filmes, livros, sites na Internet ou até mesmo documentos criados por outros membros.

FeedBack da Comunidade

Esperamos que esta comunidade tenha acrescentado algo, nem que seja apenas no campo da consciencialização. Da nossa parte, achamos que existiu um grande esforço para que os objectivos fossem devidamente atingidos. Temos explorado todas as ferramentas possíveis para que a comunidade funcione a 100%. No que toca à interactividade entre os membros da comunidade, julgamos que está a funcionar na perfeição. Contudo, temos perfeita noção que os membros (os 48) poderiam interagir mais, mas a vida ocupada de cada um condiciona ligeiramente a disponibilidade para tal. Muitos dos membros desconheciam como funcionava uma comunidade, por isso, tivemos de despender algum tempo sugerindo a melhor forma destes participarem.

Blog Vs Comunidade

Ao analisarmos comparativamente a comunidade e o blog, concluímos que existem algumas diferenças, mas também algumas semelhanças. No que toca às semelhanças, concluímos que em ambos os suportes digitais podemos criar links de interesse, e um sistema de votações (que não utilizámos no blog por não acharmos necessário), também é possível haver interactividade entre membros ou outsiders, embora no caso do blog seja a comentar os posts e o caso da comunidade seja a participar no fórum ou a comentar imagens. Por seu turno, encontrámos diversas diferenças, tais como: na comunidade podemos agrupar a informação por categorias, dispomos de um fórum onde os membros discutem activamente ideias, a própria disposição gráfica dos suportes é bastante diferenciada, dispomos ainda de uma galeria de fotos e de um chat (que funciona em tempo real), o que não se verifica no blog. Concluímos então que o blog é utilizado maioritariamente como uma ferramenta de trabalho.

Conclusão

Globalmente, tem estado a ser uma experiência gratificante e bastante inovadora, embora haja sempre pontos de divergências em termos opinativos entre os membros do grupo. Aconselhamos vivamente a experiência de criar uma comunidade, ainda que seja por poucos dias! Embora, nos tenhamos deparado com algumas dificuldades na construção da comunidade. Foram despendidas várias horas para que conseguíssemos explorar na totalidade todas as funcionalidades e ferramentas disponíveis. No nosso caso gostaríamos que a comunidade continuasse, mas não existem verbas para tal. Utopicamente falando, para a manutenção desta comunidade manteríamos o mesmo registo e as mesmas convicções. Contudo, necessitaríamos de uma maior disponibilidade de tempo e de recursos, quer de software, quer económicos para prosseguir com a comunidade. Talvez pudéssemos fazer uma maior publicidade, apelando à participação e maior mobilização dos membros afim de melhorar a interactividade, quer quantitativamente, quer qualitativamente.

sábado, 20 de outubro de 2007

"Second Life" para lá da realidade

Neste post o objectivo principal é explicar de uma forma simples e sucinta o que é na realidade o Second Life. O second Life é encarado como um mundo virtual em 3D inteiramente criado / moldado pelos utilizadores. Este sistema ciado em 2003, tem vindo a expandir-se de forma exponencial e na actualidade este pseudo “mundo” tem no seu registo mais de 10 milhões de utilisadores, das mais variadas zonas do globo. Nunca é de mais enfatizar que a “população” actual do second life supera numericamente a população Portuguesa, segundo o último censo realizado em 2001.

A partir do momento em que entramos neste mundo virtual, somos contemplados por um vasto conjunto de continentes / ilhas nas quais podemos encontrar um conjunto de diferentes pessoas, algumas de aspecto verdadeiramente desconcertante. Diz o Second life, que basta explorar um pouco para que criemos nós próprios a nossa sociedade, a nossa “sociedade perfeita”. Cada utilizador passa a deter direitos de posse sobre a aquilo que criou, e à semelhança das nossas sociedades, também aqui é permitido a troca ou venda das nossas criações, no fundo um negócio virtual.

As grandes multinacionais têm vindo a deslocar-se também para este mundo, acompanhado as tendências e mantendo-se a par das novidades. Não é difícil encontrar, por exemplo,stands de marcas conhecidas a publicitar os seus mais recentes produtos ou criações. As marcas aproveitam esta interactividade para criar produtos que vão de encontro as necessidades e aos gostos dos clientes. Aqui o negócio já não é virtual, mas sim real, e com vários milhões de dólares a circular diariamente. Para comuns mortais como nós existe o Linden dollar, a moeda oficial do sencod life.

Site oficial:
http://secondlife.com/
Onde acaba o mundo virtual e começa a realidade!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Comentário ao texto de Steve Johnson “Tudo o que é mau faz bem”


O autor inicia o seu texto abordando a temática da cultura de massas, fazendo referência à ideia preconcebida de que este tipo de cultura se encontra em declínio acentuado contribuindo para a iliteracia – tendência designada por curva de sleeper.


No entanto, Steve Johnson não partilha desta visão, acreditando que o cenário tem contrariamente, pouco de negativo. Este ressalva para a necessidade de criar novos instrumentos para que se possa compreender todo o global da situação. Partindo da tese de McLuhan de que os meios são uma "extensão do corpo" compreende-se que a visão de Johnson está correcta ao defender a criação dos chamado novo barómetro – análise do passado para compreender o presente e prever o futuro. Não nos podemos esquecer da importância das competências cognitivas na formação do indivíduo. Em jeito de exemplo, basta olhar para o nosso quotidiano e observar o interesse dos jovens pelos jogos de computador. Se lhes for retirado este hobbie ficaram desniveladas em comparação com as de outros jovens.


Contrariamente ao senso comum, a televisão e o computador são “um alimento para o espirito” que torna uma cultura “intelectualmente mais exigente e não menos”. Relacionando com a frase de MclLuhan de que “o meio é a mensagem” podemos tomar como exemplo imediato o computador, que funciona como “o meio” e nós indivíduos como “a mensagem” influenciada pela conteúdo transmitido por esse meio. Daí que o aparecimento da televisão, e mais recentemente do computador tenha conduzido a alterações significativas nas capacidades cognitivas dos indivíduos em geral. Para finalizar recordamos que para McLuhan: “O meio é a mensagem porque é o meio que modela e controla a escala e forma das associações e trabalho humanos (MCLUHAN, 1996:30) .


Na secção que aborda o tema “Jogos” Steven Johnson exorta para as vantagens destes, referindo que são importantes para o desenvolvimento humano, comparando-os com os livros. Numa sociedade cada vez mais globalizada os jogos e a realidade virtual que lhes é inerente, tem obviamente consequências na sociedade. Entendemos assim que “as tecnologias não são boas, nem más mas também não são neutras” Kranzberg, Leis da Tecnologia. O que pode ser encarado como positivo ou negativo, são as interpretações que cada indivíduo faz da tecnologia. Daí que segundo o autor, tanto os livros como os jogos têm as suas próprias vantagens e desvantagens. Se por um lado os livros desenvolvem a nossa capacidade em termos de imaginação, por outro os jogos têm repercussões na capacidade / velocidade de raciocínio.


Referência Bibliográfica:

McLUHAN, Marshall - Comprender los medios de comunicación: Las extensiones del ser humano. Barcelona, Piados, 1996.








segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Conceito de Interactividade

1- O que significa para si interactividade?

Interactividade poderá significar a possibilidade de intercâmbio entre um ou mais intervenientes no processo de comunicação. Tal definição pode ser elucidada no livro “Multimédia e tecnologias interactivas” de Nuno Magalhães Ribeiro onde refere que a interacção é entendida como uma forma de comunicação recíproca – do tipo acção-reacção.


2- Que esforço, quando comparado com outros tipos de comunicação, pensa que a comunicação digital requer?

A comunicação digital envolve meios, normalmente, não tão simples ou triviais como por exemplo uma conversa de café ou folhear o jornal. Tem de existir um à vontade com a plataforma na qual a comunicação é estabelecida. Por norma, é exigido ao utilizador que tenha conhecimentos mínimos para que consiga utilizar adequadamente de forma rentável o suporte a que se propõe. A título de curiosidade, as pessoas de um escalão etário mais jovem têm, por regra, uma maior aptidão para lidar com os vários suportes digitais comparativamente a pessoas de um escalão etário mais envelhecido. Isto deve-se ao facto das gerações mais jovens terem à sua disposição este tipo de meios.


3- Para que se considerem que as respostas são interactivas é necessário que sejam em tempo real?

Não é necessário que as respostas sejam em tempo real para que sejam interactivas, pois, por exemplo, num fórum de discussão na Internet, as várias pessoas colocam perguntas, respostas e opiniões, e nem todas se encontram on-line ao mesmo tempo. Mesmo assim, a troca de informação entre elas não deixa de ser feita, isto é, não deixa de existir interactividade. No entanto esta chamada “acção-reação” deve proporcionar um nível de resposta aceitável, sobe pena de ruptura ou incompreensão.


4- Alguém referiu recentemente que a interactividade é uma qualidade dos indivíduos que usam o meio, em vez de ser uma qualidade do próprio meio. Como responderia?

Consideramos que a interactividade é uma qualidade de ambos, embora possa ser condicionada tanto pelo meio como pelo indivíduo. Ou seja, tem de ser uma qualidade partilhada em simultâneo, para que se possa falar de um sistema interactivo. Como por exemplo: alguém está a ler o jornal, mas por um dado motivo não concorda com uma dada notícia. Se o jornal (o meio) não lhe fornecer um meio de resposta (uma morada, um telefone) através do qual o indivíduo possa dar a sua opinião, apesar de este ser manifestamente interactivo (ter opinião e querer responder) o sistema não o é, devido ao meio. Outro exemplo possível, um quiosque multimédia permite visualizar o mapa de uma cidade e informações sobre os pontos mais interessantes desta (monumentos, nome das ruas, etc.) mediante a escolha do utilizador. Se o utilizador não proceder de forma correcta (ou não manifestar interesse) a interactividade perde-se não devido ao meio, mas ao indivíduo.


5- Alguns tipos de comunicação permitem mais controlo que outros. O que pensa que ocorre com a comunicação digital?

De facto, na comunicação digital pode haver menos controlo da informação, mas se forem tomadas as medidas adequadas (publicação de comentários a notícias apenas depois de "aprovados", tal como acontece com as cartas dos leitores dos jornais convencionais), acaba por existir um certo controlo, embora que limitado. Contudo,
o controlo excessivo pode levar a que a interactividade seja penalizada, uma vez que a troca de informação é mais demorada. Um exemplo bastante elucidativo desta situação diz respeito ao fenómeno dos blogs, nos quais o controlo da informação é de facto bastante difícil, senão impossível de efectuar. Isto leva a que informação errada possa ser transmitida e difundida muito rapidamente, tornando-se mesmo um caso sério de "desinformação" ou que um elevado número de pessoas formem uma opinião errada sobre um dado tema de fundo da sociedade.
No entanto, à medida que as tecnologias vão evoluindo a tendência é para o aumento da interactividade e do controlo em termos de utilização.



6- Quais são as vantagens e desvantagens da comunicação digital?


No que toca às vantagens da comunicação digital enumerámos alguns aspectos que julgamos ser os principais: Anytime, anywhere. As informações podem ser difundidas em tempo-real e com uma maior rapidez e riqueza de conteúdos (multimédia).
Em contraponto temos as seguintes desvantagens: existe uma maior possibilidade de serem transmitidas informações erradas, devido ao facto de existir um menor controlo da informação, para além de que se possa aceder a alguns tipos de comunicação é necessário ter um know-how técnico nem sempre acessível a todos.


7- Alguns profissionais de comunicação consideram a comunicação digital ameaçadora. O que pensa disso?

A comunicação interactiva pode ter o seu quê de ameaçadora, dado que toda a gente, mesmo sem dominar a temática, pode emitir a sua opinião de forma livre. Por vezes, este tipo de situações pode originar "boatos" e a circulação de informações erradas, que com o tempo correm o risco de ser encaradas como "verdadeiras". Alguns profissionais podem considerar a interactividade ameaçadora, pois o seu trabalho pode ser posto em causa com muito mais facilidade, basta observar a secção de comentários a artigos (noticiosos ou de opinião) nos jornais "on-line". Cabe aos profissionais de comunicação se adaptarem a esta nova realidade. Num outro prisma, mencionando o Professor Jorge Pedro Sousa da Universidade Fernando Pessoa, esta interactividade, ou seja, a possibilidade de o receptor participar e interagir com o jornal e até noticiar e funcionar com informação, ajuda a nivelar o papel do jornalista e do leitor, assim como aumentar a participação deste último.

Links:

O conceito de interactividade: